sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A vontade de fugir, permanentemente, para este mundo é crescente. Crescente e constante. Não suporto continuar a pisar este chão plano, e seco, por muito mais tempo. Como quando obrigamos uma caixa a suportar mais peso do que realmente é capaz. Transborda. E a minha alma começou mesmo a transbordar, e começa também a exigir um corpo próprio. Ela quer ir além do que vê, além do tanto que já sente. Ela anseia por tocar no mundo, anseia por viver com os seus olhos negros. Essa tua maneira veloz de me consumir até que é doce. Mas ela é uma alma tipicamente tímida. E tem tanto medo da alma dos outros! Medo do seu lado sem cor. E mais medo tem de perder a própria. Nunca costumávamos conversar muito, apenas o necessário. Mas nestes tempos, temos passado tardes inteiras no baloiço com forma de Lua ao som de um violino mimado. A companhia dela é harmoniosa, tão..
Quando já se faz tarde e o céu escurece, dando lugar a diversos pontos luminosos, ela sussurra-me bem ao ouvido: Deixemos de ser segredo, Pan. 
Eu deixo-te entrar pequenina, apodera-te lá de mim. Afinal de contas, não tenho nada que me prenda a este sitio.
Estou aqui com as nossas bolachas de baunilha e canela e sumo de mirtilo. Despacha-te, que o tempo aqui, esgota-se rápido.

2 comentários:

tatiana disse...

que bom que tenhas achado isso :) muito obrigada mesmo.

tatiana disse...

« estou aqui com as nossas bolachas de baunilha e canela e sumo de mirtilo. Despacha-te, que o tempo aqui, esgota-se rápido. » espero que não se esgote.